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Ovo caipira, orgânico ou de granja: qual é a diferença?

O ovo é um alimento extremamente rico em nutrientes essenciais à saúde, como proteínas e diversas vitaminas e minerais, gorduras saudáveis, antioxidantes e aminoácidos. E, apesar de muitas pessoas ‘torcerem o nariz’ para ele tempos atrás, devido à polêmica que questionava se o ovo faz mal à saúde ou não, hoje em dia ficou mais que comprovado que esse alimento só tem benefícios a oferecer ao nosso corpo.

Por isso, ele é considerado importantíssimo na nossa alimentação diária, ajudando a melhorar a saúde dos olhos (uma vez que ajuda a prevenir doenças como a catarata e a degeneração macular, muito comum em pessoas idosas), emagrecer, ganhar músculos e aumentar os níveis de testosterona no organismo, entre outros benefícios.

Além disso, ele é bastante versátil e, o melhor de tudo, muito barato, o que o torna acessível para todos os públicos nos supermercados, a partir de uma gama de variedades. Para você ter uma ideia, atualmente, é possível comprar ovos de três principais tiposcaipirasorgânicos e de granja.

Cada uma dessas variedades possuem diferenças entre si, que estão diretamente associadas às particularidades nas formas de criação, produção e alimentação das galinhas. Mas, cá entre nós, será que entre os tipos de ovos, existem aqueles mais nutritivos em relação aos outros? É possível que um ovo caipira traga mais vantagens à alimentação do que um ovo de granja? Descubra tudo isso nos próximos parágrafos!



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Ovo caipira

Muitas pessoas acreditam que o ovo marrom (vermelho), menor e com gema mais amarelada, é o ovo caipira propriamente dito, também conhecido como ovo colonial. No entanto, especialistas em produção de aves alertam de que isso é um mito. Isso porque não é a cor da casca e tampouco o tamanho do ovo que determinam se o tipo é caipira ou não, mas sim a forma de produção das aves.

Ou seja, o que vai dizer se um ovo é caipira são fatores como a alimentação das galinhas, higiene e manejo. De acordo com a regulamentação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para que o ovo seja considerado caipira, as galinhas poedeiras devem ser alimentadas exclusivamente a partir de dietas de origem vegetal, sem a adição de pigmentos artificiais na ração (geralmente usados para dar coloração amarelada à gema), além de serem criadas soltas para ciscarem livremente.

Neste caso, a colocação dos ovos é feita em ninhos cobertos, sem a presença de gaiolas. No entanto, segundo a norma do Mapa, elas podem até ser colocadas em gaiolas, desde que haja obrigatoriamente um espaço de 3 metros quadrados de pasto para cada uma das aves. Além disso, também não é permitido que as galinhas tomem remédios que estimulem o seu crescimento e nem qualquer tipo de antibiótico.

Ovo de granja

Já o ovo de granja é aquele produzido no sistema comercial, isto é, em larga escala, que é o método mais difundido no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o sistema de produção ovos de granja abriga mais de 152 milhões de aves poedeiras em todo o território nacional. Sendo assim, por ser mais produzido em relação aos outros, ele chega até o consumidor bem mais barato em relação aos demais tipos.

Como o nome já diz, diferente do sistema de produção caipira, aqui as galinhas são confinadas em gaiolas, por até 120 semanas. Durante este período, são aplicadas técnicas de controle de dieta, iluminação e ambiente para o desenvolvimento total da produtividade das aves.

Os produtores apostam em programas de luz artificial que são colocados no galpão para estender as horas do “dia” e, desta maneira, as galinhas ficarem mais tempo acordadas, comendo e aumentando a produtividade. Já no caso da alimentação, a dieta das galinhas de granja é feita basicamente com ração balanceada.

Além disso, as aves confinadas também passam pelo chamado processo de debicagem, onde a ponta do bico é cortada para evitar comportamentos como canibalismo e automutilação, que costumam surgir por conta do estresse de estarem presas ou sob a iluminação artificial dos programas de luz.

Também no sistema comercial de ovos de granja, os animais recebem tratamentos com antibióticos, a fim de acelerar o seu crescimento. Entretanto, a boa notícia é que algumas granjas já começaram a adotar o uso de prebióticos, probióticos e simbióticos na alimentação das aves, reduzindo a necessidade de medicamentos.

Outro fator determinante na produção de ovos de granja é que as galinhas, por estarem enjauladas, não têm contato com galos, o que significa que os ovos não são fecundados.



Ovo orgânico

Por último, o ovo orgânico é produzido por meio de um sistema extensivo, isto é, as aves ficam soltas no terreno e livres para manifestar o seu comportamento natural.

O ambiente deve ser bem cuidado e limpo. Isso porque a normativa do Ministério da Agricultura e Pecuária determina, em termos gerais, que a produção de ovos orgânicos respeite a sustentabilidade do solo e de todos os recursos naturais envolvidos no sistema produtivo, inclusive, a própria galinha.

Por isso, as aves devem ser alimentadas somente com ingredientes cultivados sem agrotóxicos, transgênicos ou fertilizantes. Ou seja, a dieta das galinhas deve ser 100% orgânica para que não haja resíduos nos ovos.

Além disso, as galinhas que produzem ovos orgânicos devem se movimentar livremente e não pode ser medicadas com antibióticos ou qualquer outro medicamento que induzam o crescimento do animal. Esses são os principais requisitos para receber a certificação de produção orgânica.

Ainda, diferente das aves criadas no sistema de granja, as galinhas poedeiras de ovos orgânicos demoram um pouco mais para começar e parar a produção. Por outro lado, a semelhança em relação à criação de galinhas em granjas é que a produção aqui também permite o uso de iluminação artificial, mas com o mínimo de oito horas de escuro, isto é, luzes desligadas, por dia.

As galinhas criadas em sistema orgânico possuem contato com galos, o que quer dizer que os ovos podem ser fecundados (geralmente, o embrião está minúsculo, mas presente).

A principal vantagem para o consumidor ao comprar ovos orgânicos é que eles possuem o dobro de nutrientes, se comparados aos demais tipos de ovos. Para se ter uma noção, um estudo feito pela Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, apontou que ovos de aves criadas livres possuem o dobro de ômega 3, 23% mais vitamina E e 38% mais vitamina A em relação aos ovos produzidos dentro de um sistema de granja.

A cor da casca do ovo faz alguma diferença?

Apesar de algumas pessoas acharem que a coloração da casca do ovo é que determina se o ovo é caipira, orgânico ou de granja, essa questão em nada influencia no tipo ou qualidade do alimento. A cor da casca do ovo diz respeito somente à raça da galinha.

Ovos vermelhos (marrons) são produzidos por galinhas vermelhas (marrons), das raças Novogen Brown e Isa Brown, consideradas aves “de raça”, e os ovos brancos são colocados por galinhas brancas, do tipo Legorne. Portanto, nada disso tem a ver com o sistema de criação das galinhas, que é o que, de fato, vai determinar se os ovos são caipiras, orgânicos ou de granja.

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Ou seja, independente se o ovo é vermelho ou branco, tudo vai estar diretamente relacionado à forma de criação das galinhas poedeiras.

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Até a próxima!

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